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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Tratamento Endodôntico (canal)

Canal radicular é a parte das raízes dos dentes por onde passa o conjunto de vasos e nervos que ligam os dentes ao sistema nervoso central. Pode-se dizer, também, que é o espaço ocupado pela polpa dentária radicular. Em conseqüência de cáries não tratadas e que atingem a raiz, quando ela ainda se encontra com vitalidade, penetrando na câmara pulpar numa forma de invasão, contaminando esta região, a qual se isto não acontecesse, permaneceria fechada, sem contato com o meio externo. As proteções maiores estão no esmalte e na dentina. Quando chega na polpa, a invasão é rápida e fácil, desencadeando o processo de infecção dos canais radiculares. Este é o momento em que os canais precisam ser tratados, inclusive porque, na sua fase aguda, com os microorganismos enclausurados nos tecidos, a dor é intensa, chegando em muitos casos a ser insuportável.

O tratamento do canal consiste na retirada da polpa do dente, que é um tecido encontrado em sua parte interna. Uma vez que a polpa foi danificada, infeccionada ou morta é removida, o espaço resultante deve ser limpo, preparado e preenchido. Este procedimento veda o canal. Alguns anos atrás, os dentes com polpas infeccionadas ou mortificadas eram extraídos. Hoje em dia, um tratamento de canal salva muitos dentes que de outra forma teriam sido perdidos.

Os casos mais comuns de polpa infeccionada ou morta são:
- Dente quebrado
- Cárie profunda
- Dano ao dente, como um trauma forte, seja ele recente ou mais antigo.


A primeira parte do tratamento de canal é sua desinfecção, quando se removem os restos pulpares com dentina infectada e outras substâncias estranhas das paredes dentinárias. Esta etapa é mecânica, mas inclui a utilização de elementos químicos, como o hipoclorito de sódio para lavagem dos condutos. Sua complementação é feita com medicação para ação regenerativa indutora da formação de uma capa dura de hidróxido de cálcio para sua proteção, na forma de um recobrimento direto ou indireto. Conclui-se o tratamento do canal com sua obturação definitiva, fase que só acontece após um fechamento provisório por 24 horas, para melhor avaliação do tratamento feito. De acordo com as necessidades de abertura do canal, pela perda de dentina e esmalte, a obturação é feita para permitir maior resistência ao dente, ou ainda, para que o mesmo possa receber uma restauração metálica ou servir de suporte para confecção de uma prótese apoiada em sua estrutura remanescente.

Todos os dentistas aprendem a fazer tratamentos de canal. Os canais dos dentes anteriores, além de serem unitários, são retos e de mais fácil tratamento. Os pré-molares têm dois canais e os molares três, sendo, nestes últimos, comuns os canais curvos em função de serem tortas as raízes de muitos dentes. Canais curvos, e com canais secundários são de mais difícil tratamento, motivo pelo qual alguns profissionais preferem optar por encaminhar este tipo de paciente a especialistas. Os especialistas em tratamento de canais são chamados de endodontistas e, normalmente, preferem que os pacientes venham indicados por seus dentistas, para saberem de antemão o que pretendem estes colocar sobre o dente que terá seus canais tratados. Canal só dói se não tratado. Feito o tratamento, não dói mais.

Qual a durabilidade de um dente restaurado?
Os dentes restaurados podem durar a vida toda quando tratados adequadamente. Devido ao fato de ainda ser possível o aparecimento de cárie em um dente tratado, uma boa higiene bucal e exames dentários regulares se fazem necessários, a fim de evitar problemas futuros. Como não há mais uma polpa viva que mantenha o dente hidratado, os dentes com raiz tratada podem se tornar quebradiços e mais sujeitos à fratura. Este é um importante aspecto a ser levado em conta quando for optar entre uma coroa ou restauração após o tratamento de canal. Para se determinar o sucesso ou fracasso do tratamento de canal, o método mais confiável é comparar novas radiografias com aquelas tiradas antes do tratamento. Esta comparação mostrará se o osso continua sendo destruído ou se está sendo regenerado.

Tratar o canal muda a cor do dente?
As mudanças de cor são mais encontradas nos dentes anteriores de canino a canino, em ambas arcadas. Ocorrem nas outras peças dentárias, porem pela localização, estrutura e condições de iluminação da cavidade oral não apare cem com tanta agressão estética. A mudança é marcada por diferentes tonalidades, que se iniciam do amarelo fraco passando até marrom podendo chegar ao cinza, produzindo efeitos estéticos localizados desagradáveis no conjunto facial, O quadro clínico é devido geralmente a hemorragias internas derivadas da polpa (nervo) ou de restos orgânicos, materiais indesejáveis de tratamentos de canal com técnica deficiente na toalete final. O sangue ex posto após a coagulação começa a sofrer reações químicas em sua degradação, com formação de óxidos ao seu final. São os óxidos os responsáveis pelas modificações de cor nos dentes e raízes. O processo é de longa duração, contínuo e cada vez mais agressivo no que se refere a estética dentária da bateria labial. Cuidados técnicos precisos na fase de limpeza final da câmara pulpar, prevenção através da busca de trabalhos de diagnóstico precoce de morte pulpar, principalmente após acidentes que envolvam trauma ou batidas nos dentes. Nos casos já manifestos é pela técnica de clareamento que conseguimos o retomo estético desejável.

Instrumentos de Canal fraturados causam algum mal?
O instrumental usado nos tratamentos de canal são forjados em aço possuindo diferentes formas anatômicas, com estrias, farpas, ranhuras, que servem para rasparem os canais. Os especialistas no trabalho cirúrgico promovem movimentos de raspagem, rotação, torção, transição que podem involuntariamente produzir a fratura ou ruptura do instrumental. No arsenal moderno a disposição dos especialistas em endodontia encontramos o Ultra Som, que muito tem contribuído para remoção ou passagem destes obstáculos no interior dos canais. O instrumental atual é seguramente mais resistente as rupturas, novas ligas de compostos mais eficazes nos asseguram dados estatísticos menores com referência a este acidente. A complexidade de cada caso é identificada pelo tipo de instrumento faipado-estriado) ou a altura no conduto em que ocorreu o acidente. A missão do endodontista é remover ou passar pelo fragmento, após alargando o possível para que a obturação seja concluída. Nos casos em que não conseguirmos passar pelo obstáculo e que não houver lesão apical presente, devemos obturar até o obstáculo e proservarmos em 90/180 dias com controle radiográfi co. Nos casos em que existe lesão apical devemos optar num primeiro momento por uma observação radiológica em 90 dias após a obturação, não observando-se reversão do quadro, fica a indicação da cirurgia periapical como atitude final. A presença física de um instrumento de canal no interior de um conduto radicular assim como sua permanência não causa nenhuma mal a saúde geral. Instrumentos fraturados são obstáculos na execução da técnica de tratamento de canal. No geral as suas permanências nos canais não causam distúrbios à saúde dos pacientes portadores.