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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Erosão Ácida

A erosão é um tipo de lesão não cariosa que se desenvolve como conseqüência da perda de estrutura dental causada por ação química, sem o envolvimento de bactérias e pode ter origem intrínseca ou extrínseca.

CAUSAS
     Os fatores causadores extrínsecos são: dieta (frutas, bebidas ácidas), meio ambiente (indústrias químicas, piscinas cloradas) e medicamentos (vitamina C, aspirina, ácido clorídrico).
     Os fatores intrínsecos são: doenças que provocam regurgitação do suco gástrico,cujo pH está em torno de 2,3, em pacientes que apresentam bulimia, anorexia nervosa e refluxo gastroesofágico.
     Trabalhos recentes têm mostrado que os alimentos, em especial as bebidas ácidas, são os que mais têm relação com a ocorrência da erosão dentária, como resultado do contato freqüente destes com os dentes.

A etiologia da Erosão é multifatorial.

         Os fatores podem ser divididos em: biológicos, químicos e comportamentais.

         Biológicos: características da cavidade bucal. A posição dentária, a anatomia do tecido mole, a qualidade do tecido dentário e as propriedades salivares podem estar envolvidas no processo erosivo, levando a um maior ou menor risco.

         Químicos: propriedades da bebidas que contribuem para o desenvolvimento da erosão – tipo e quantidade de ácidos, pH, capacidade tampão, concentração de fosfato, cálcio e fluoreto também irão influenciar no grau de erosão.

         Comportamentais: a freqüência, tempo e forma de consumo de bebidas, até mesmo hábitos de higiene bucal.


SINAIS
                    Estados iniciais:
         sensibilidade no momento do consumo de comidas ou bebidas frias;
         aspecto arredondado da superfície do dente;
       os dentes tornam-se amarelados à medida que os ácidos desgastam o esmalte e a dentina subjacente vai sendo exposta.

                    Estados avançados:
         coloração ainda mais escura dos dentes;
         transparência dos bordos incisais;
         pequenos traços de fratura nos bordos incisais;
         sensibilidade severa;
         pequenas fossas na superfície dos dentes.

BIOQUÍMICA DA EROSÃO DENTÁRIA
                    O mecanismo bioquímico da erosão é definido como uma desmineralização da estrutura dentária devido à ação de ácidos não oriundos de microrganismos. O potencial de ataque erosivo está intimamente correlacionado com a acidez – pH da solução que entraria em contato com o dente.

              No esmalte, 85% de seu volume é composto por hidroxiapatita.
»         pH crítico -  5,5

              Na dentina a quantidade de minerais é bem menor em função da presença das fibras colágenas, desta forma 47% de seu volume corresponde à hidroxiapatita.
»         pH crítico – 6,5
O ataque ácido provoca a desmineralização da estrutura dentária, ou seja, dissolução dos cristais de apatita que pode resultar na lesão superficial.

A um nível crítico, a erosão dentária leva a perda irreversível de suas estruturas, se tornando mais suscetível à abrasão e atrição, devido ao amolecimento das estruturas de superfície – o esmalte.

PREVENÇÃO

            Evitar escovar os dentes imediatamente após o consumo de comidas ou bebidas ácidas - é preferível aguardar pelo menos 1 hora ou escovar antes de se alimentar; 
           
            Diminuição na frequencia de ingestãode bebidas ácidas. Quando consumir refrigerantes ou bebidas gaseificadas dê preferência ao uso de canudos - não as agite ou retenha por longos períodos na boca;

            A estimulação salivar após o consumo de bebidas ácidas, através do uso de chicletes, também tem mostrado um papel protetor em relação à erosão.

            O consumo de queijo e leite,após um ataque erosivo também pode ser considerado uma medida preventiva, já que apresentam alta concentração de cálcio, que favorece a remineralização da lesão.