A erosão é um tipo de lesão não cariosa que se desenvolve como conseqüência da perda de estrutura dental causada por ação química, sem o envolvimento de bactérias e pode ter origem intrínseca ou extrínseca.
CAUSAS
Os fatores causadores extrínsecos são: dieta (frutas, bebidas ácidas), meio ambiente (indústrias químicas, piscinas cloradas) e medicamentos (vitamina C, aspirina, ácido clorídrico).
Os fatores intrínsecos são: doenças que provocam regurgitação do suco gástrico,cujo pH está em torno de 2,3, em pacientes que apresentam bulimia, anorexia nervosa e refluxo gastroesofágico.
Trabalhos recentes têm mostrado que os alimentos, em especial as bebidas ácidas, são os que mais têm relação com a ocorrência da erosão dentária, como resultado do contato freqüente destes com os dentes.
A etiologia da Erosão é multifatorial.
• Os fatores podem ser divididos em: biológicos, químicos e comportamentais.
• Biológicos: características da cavidade bucal. A posição dentária, a anatomia do tecido mole, a qualidade do tecido dentário e as propriedades salivares podem estar envolvidas no processo erosivo, levando a um maior ou menor risco.
• Químicos: propriedades da bebidas que contribuem para o desenvolvimento da erosão – tipo e quantidade de ácidos, pH, capacidade tampão, concentração de fosfato, cálcio e fluoreto também irão influenciar no grau de erosão.
• Comportamentais: a freqüência, tempo e forma de consumo de bebidas, até mesmo hábitos de higiene bucal.
SINAIS
Estados iniciais:
• sensibilidade no momento do consumo de comidas ou bebidas frias;
• aspecto arredondado da superfície do dente;
• os dentes tornam-se amarelados à medida que os ácidos desgastam o esmalte e a dentina subjacente vai sendo exposta.
Estados avançados:
• coloração ainda mais escura dos dentes;
• transparência dos bordos incisais;
• pequenos traços de fratura nos bordos incisais;
• sensibilidade severa;
• pequenas fossas na superfície dos dentes.
BIOQUÍMICA DA EROSÃO DENTÁRIA
O mecanismo bioquímico da erosão é definido como uma desmineralização da estrutura dentária devido à ação de ácidos não oriundos de microrganismos. O potencial de ataque erosivo está intimamente correlacionado com a acidez – pH da solução que entraria em contato com o dente.
No esmalte, 85% de seu volume é composto por hidroxiapatita.
» pH crítico - 5,5
Na dentina a quantidade de minerais é bem menor em função da presença das fibras colágenas, desta forma 47% de seu volume corresponde à hidroxiapatita.
» pH crítico – 6,5
O ataque ácido provoca a desmineralização da estrutura dentária, ou seja, dissolução dos cristais de apatita que pode resultar na lesão superficial.
A um nível crítico, a erosão dentária leva a perda irreversível de suas estruturas, se tornando mais suscetível à abrasão e atrição, devido ao amolecimento das estruturas de superfície – o esmalte.
PREVENÇÃO
Evitar escovar os dentes imediatamente após o consumo de comidas ou bebidas ácidas - é preferível aguardar pelo menos 1 hora ou escovar antes de se alimentar;
Diminuição na frequencia de ingestãode bebidas ácidas. Quando consumir refrigerantes ou bebidas gaseificadas dê preferência ao uso de canudos - não as agite ou retenha por longos períodos na boca;
A estimulação salivar após o consumo de bebidas ácidas, através do uso de chicletes, também tem mostrado um papel protetor em relação à erosão.
O consumo de queijo e leite,após um ataque erosivo também pode ser considerado uma medida preventiva, já que apresentam alta concentração de cálcio, que favorece a remineralização da lesão.