PROFESSOR JOAQUIM CERVEIRA
O atual Presidente do CRO-RS, nosso entrevistado de hoje, é Mestre em Saúde Coletiva, Professor da Faculdade de Odontologia da ULBRA desde 1990, Coordenador dos Programas Extra-muros da Faculdade de Odontologia da ULBRA, Coordenador das disciplinas de Odontologia Social da Faculdade de Odontologia ULBRA, Professor de Legislação e Ética em Odontologia dos Cursos de Latu Sensu da ULBRA, Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic (Sobracursos) e Sociedade Brasileira dos Odontologistas – SOBRACID, Professor dos cursos de especialização em Saúde Bucal Coletiva do Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic (Sobracursos) e Sociedade Brasileira de Cirurgiões-dentistas – SOBRACID
Quem o influenciou a fazer Odontologia?
Meu tio e padrinho, CD Josias Mota, grande profissional e excepcional ser humano.
Onde fez a faculdade e quais suas lembranças deste tempo?
Na faculdade de Odontologia da PUC/RS. Todas as lembranças deste tempo são boas, apesar de termos vivido os períodos da repressão.
Como foi seu início na profissão?
Iniciei em consultório privado próprio, em dois endereços, um no bairro onde me criei e outro em uma cidade vizinha – em Cachoeirinha – onde fazia um atendimento mais popular. Um ano e meio após minha formatura ingressei como Cirurgião Dentista na Secretaria Estadual da Saúde.
Lembra quem foi seu primeiro paciente?
Foi o senhor Engenheiro Eduardo Pedro de Araújo Drügg, que foi meu paciente até o seu falecimento, e muito mais do que isso, grande e querido amigo.
Qual foi o seu caso mais difícil?
Tive algumas situações difíceis, pois atendia, como conveniado, os internos da Clínica Pinel. Como exemplo, uma jovem interna que frequentava semanalmente o consultório e jamais abriu sua boca.
E um que tenha sido o mais gratificante?
Acho que a grande satisfação da profissão é que todos os “casos” resolvidos são gratificantes, independentemente da sua complexidade.
Lembra de algum caso pitoresco acontecido no consultório?
O caso de uma senhora, mãe e avó de pacientes meus, que me procurou para um tratamento e na primeira consulta, quando falou comigo, me comunicou que iria procurar outro profissional porque a música da sala de espera era muito irritante. Prestei, então, atenção na música e verifiquei que a secretária, uma jovem, havia escolhido como música ambiental as músicas do seu gosto, e a paciente realmente tinha razão. Mudei a estação e convenci a senhora a me dar uma segunda oportunidade. Outra que ficou comigo até falecer.
Qual foi o marketing que usou para começar?
Escolhi o bairro onde eu era conhecido, e com a ajuda da família, especialmente de minha mãe, passei a me anunciar para os amigos e conhecidos.
Tem algum parente Cirurgião Dentista?
Hoje, a esposa e um filho. Antes, o tio referido no primeiro questionamento.
Quem é seu maior ídolo na Odontologia?
Foi o Cirugião Dentista Josias Motta.
E quem fez mais pela classe nestes anos todos?
Aqui no estado temos vários nomes ilustres e dedicados às causas da Odontologia em todos os setores: da docência, do associativismo e da própria profissão, mas para me fixar em um único nome farei uma homenagem ao saudoso Professor Flávio Antonio Luce.
Qual seu livro ou autor preferido na profissão?
Tenho vários, mas atualmente meu interesse maior recai sobre a área da saúde coletiva e também sobre legislação, ética e bioética.
Como está vendo o presente momento na Odontologia?
Com preocupação. Identifico o enorme avanço científico e tecnológico da nossa profissão, mas vejo com apreensão o momento mercadológico da Odontologia.
Qual caminho vê como mais indicado para a profissão?
Acredito que o melhor caminho é o da união da classe; a formação do verdadeiro “espírito de corpo”. Somente assim poderemos enfrentar os desafios futuros da nossa profissão com alguma perspectiva de sucesso.
A que atribui o seu sucesso profissional?
Não sei se posso considerar-me um profissional de sucesso, mas sempre trabalhei gostando do que faço e o faço com honestidade, dedicação e humanismo.
Como espera ser o futuro da profissão?
Espero que seja muito bom, mas para isso acontecer temos que agir, e acho que as ações devem ser na direção do fortalecimento da classe. Temos que nos ver mais como um coletivo do que nos preocuparmos individualmente com a nossa profissão.
Deixe uma sugestão ou mensagem para os mais novos:
Acreditem, perseverem, pois a Odontologia é uma grande profissão.
A palavra é sua para suas considerações finais.