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domingo, 31 de outubro de 2010

Pesquisadores que Contribuíram para a Odontologia - Horace Wells

Horace Wells
(Dentista estadunidense )
1815 – 1848
Dentista estadunidense nascido em Hartford, Vermont, USA, cursou Odontologia em Boston, quando graduado estabeleceu seu consultório em Hartford, Connecticut, com um sócio chamado William Thomas Green Morton, que ficou famoso pela utilização do éter como anestésico (1846). Wells começou a pesquisar as propriedades anestésicas do óxido nitroso após assistir a uma apresentação pública de circo.

O óxido nitroso era utilizado popularmente em shows e feiras por produzir o riso incontrolado, por isso era chamado “o gás do riso”. Enquanto Wells assistia à apresentação percebeu que um participante, sob a ação do óxido nitroso, sofrera um ferimento extenso na perna, mas não demonstrara qualquer sinal de dor. Logo depois, o dentista convidou Gardner Colton, o empresário do circo, para realizar uma experiência em seu consultório. No dia seguinte, em 11 de dezembro (1844), pediu a seu colega Riggs, que extraísse um de seus próprios dentes, para mostrar a eficiência do óxido nitroso como anestésico, após inalar o gás. Depois ele experimentou outros gases para obter efeitos semelhantes, inclusive o éter, porém decidiu-se pela pesquisa com o óxido nitroso. Aprendeu a preparar e administrar o protóxido de azoto, e com o seu uso, realizou com sucesso mais de 10 extrações dentárias indolores em seus clientes, na pequena cidade de Hartford.
Wells começou a utilizar o óxido nitroso em sua clínica com grande sucesso. Imagine que até então, todos os procedimentos odontológicos eram feitos a frio! Um dentista que tratasse os pacientes sem dor seria mesmo uma revolução. Durante um mês, Wells fez fama e dinheiro na cidade com suas práticas indolores. Dezenas de clientes bateram à sua porta.

Então, Wells realizou uma demonstração científica diante de um grupo de estudantes de medicina, em Boston (1845) no Massachusetts General Hospital. Ocorreu que o gás não fez efeito no paciente, um aluno da Universidade, durante a extração dentária e Horace Wells foi ridicularizado e saiu dali escorraçado por entre insultos e chacotas. Alguns historiadores da medicina acham que ele utilizou menos gás do que o necessário, mas outros afirmam que o experimento teria sido sabotado pelos próprios médicos que não queriam admitir o mérito do dentista.

Já William Morton, seu colega, persistiria na idéia - só que, aconselhado por seu ex-professor de química Charles Thomas Jackson, substituiu o óxido nitroso pelo éter. O elemento era mais poderoso que o anterior e oferecia menos risco de causar asfixia. Morton utilizou-o com sucesso em animais, nos seus aprendizes e, não satisfeito, testou em si mesmo. Chegou também a realizar uma extração de dente.

Após este acontecimento, Horace Wells perdeu todo o seu prestígio na comunidade médica. Depois de sofrer sucessivas humilhações, difamação e falta de reconhecimento por sua descoberta, Horace Wells, falido, abandonou a odontologia e dedicou-se a ser vendedor durante os dois anos seguintes. Em 1847, mudou-se para Paris depois de que seu antigo sócio Morton realizasse uma exitosa demonstração dos efeitos da anestesia.
Um tempo após ter regressado aos Estados Unidos, Wells dedicou-se ao estudo do clorofórmio. Nessa época não se conheciam os efeitos de aspirar clorofórmio e éter. Em janeiro de 1848, Wells experimentou em si mesmo aspirando clorofórmio durante uma semana. Sua mente foi se deteriorando. Em um dia, em estado de delírio, saiu correndo à rua e lançou  ácido sulfúrico em duas prostitutas. Foi enviado ao famoso cárcere nova-iorquino de Tombs. À medida que os efeitos da droga foram passando, sua mente foi aclarando-se; já lúcido, se deu conta do que tinha feito. Depois se suicidou, cortando uma artéria da perna com uma navalha de barbear após ter inalado uma dose analgésica de clorofórmio para eliminar a dor.

Em seguida a Societé Medical de Paris reconheceu publicamente o mérito da sua descoberta. Tarde demais. Ele não estava mais vivo para desfrutar o reconhecimento.
Wells está enterrado no cemitério Cedar Hill em Hartford, Connecticut
Em 1864, de forma póstuma, a Associação Dental Americana reconheceu a Wells como o descobridor da anestesia moderna, e a Asocación Médica Americana fez o próprio em 1870.
Em Place dês États-Unis, Paris, foi erguido um monumento a sua memória.


sábado, 23 de outubro de 2010

Dia do Dentista

Pérolas de Alunos de Odontologia

Histórias verídicas! 
Fatos que ocorreram nas clínicas em atendimentos odontológicos. 
Eu bem que gostaria que algumas dessas histórias fossem piadas, mas infelizmente aconteceram! Pelo menos nos fazem rir... 


Aluna examina a boca da paciente, anota na ficha os dentes perdidos, aqueles com necessidade de tratamento, e pergunta:
- Como a senhora perdeu seu 16?
Paciente:
- ???????


Professor solicita ao aluno que realize teste de vitalidade pulpar num dente com -20. Depois de um minuto questiona ao aluno sobre o resultado do teste e este lhe diz:
- Ainda não fiz o teste, eu apliquei a anestesia antes, mas já tô indo pegar o -20 professor.


Paciente relata ao aluno a sua dor:
- Sinto meu dente doer bastante quando tomo água...
- Ah, então eu recomendo à senhora que não tome água.


Aluna chama paciente para entrar no consultório:
- Dona Terezinha??
A mulher se dirige à aluna, que simpática lhe cumprimenta:
- Oi, tudo bom? Qual seu nome?
- Terezinha!!!!!


Aluno com um tubete de Calen na mão e outro tubete de Calen PMCC na outra mão, olha pra um, olha pra outro, e questiona:
- Qual dos anestésicos aplico???


Clínica de Periodontia, manhã tranquila... aluna removendo cálculos dentários quando se aproxima do professor e relata:
- Extraí o dente com a cureta!


Aluno realiza avaliação de um paciente na clínica de endodontia e lhe relata:
- Seu canal está com necrose pulpar e na região do forame há uma lesão periapical, eu farei uma penetração desinfetante com hipoclorito de sódio 2%.
(Paciente deve ter pensado: vou morrer, só pode!)


Clínica de cirurgia, professor explica às alunas como realizar anestesia extra-bucal do nervo infra-orbitário no paciente, para a realização de extrações dentárias.
- Olhem alunas, vocês devem dirigir a agulha neste ângulo...
- Mas professor...
- Presta atenção aluna para saber fazer depois... (aplica a anestesia)
- Mas professor não é deste lado que vamos extrair o dente!


Já houveram tentativas de anestesia com seringa insersora de Calen!


Aluna explicando ao paciente as possibilidades de tratamento:
- O senhor pode fazer tratamento de canal ou extrair seu dente, mas eu acho melhor extrair porque estou sem paciente na Clínica de Cirurgia!


Em breve mais histórias que ouvimos pelas clínicas!!!!

sábado, 16 de outubro de 2010

OdontoFoto nº4

Esta é minha turma na Clínica de Prótese, na PUCRS. Homenagem às minhas queridas colegas!
Paula Lawall executando seu trabalho na clínica de prótese.
As acadêmicas Raquel Kalil, Rochele Pereira, Suelen Rodrigues, Valeska Leite e Stéphani Tapia... e o paciente esperando a foto sair!!!

As alunas Valeska Leite, Paula Martins e Patrícia Bernardes junto do Prof. Edgar Erdmann.

Uma universidade com um excelente grupo de professores e alunos, que se dedicam para realizar o melhor trabalho para seus pacientes, construindo uma trajetória fantástica de aprendizagens e conquistas.

sábado, 9 de outubro de 2010

Bruxismo


É um tipo de parafunção oclusal em que a pessoa tem o hábito de ranger ou apertar os dentes. É observada em pacientes de todas as idades e geralmente está relacionada ao alto nível de estresse.
TIPOS DE BRUXISMO
1)      CÊNTRICO (apertamento): ocorre normalmente em MIH (máxima intercuspidação habitual);
2)      EXCÊNTRICO (deslizamento): em posição excêntrica (fora da MIH);
3)      DIURNO: feito durante o dia, o apertamento é mais comum;
4)       NOTURNO: é feito durante a noite, sendo mais comum o deslizamento, mas pode ser misto;
5)      PRIMÁRIO: quando não há etiologia aparente;
6)      SECUNDÁRIO: quando a pessoa tem doenças neurológicas, psiquiátricas, faz uso de medicação que afete o sono (neurolípticos, anfetaminas), drogas (cocaína, álcool, cafeína), traumas contra a cabeça (tipo concussão cerebral).

SINAIS E SINTOMAS
  • Desgaste dental;
  • Sons noturnos;
  • Hipertrofia muscular (principalmente do masseter);
  • Dor e desconforto na ATM e músculos mastigatórios:
  • Os sintomas ocorrem geralmente ao despertar e à noite. Exemplo: dor de cabeça ao amanhecer pode estar relacionada ao bruxismo noturno.


FATORES DE RISCO
1)      EXÓGENOS / PERIFÉRICOS:
- Ansiedade / estresse;
- Hábitos parafuncionais;
- Interferências oclusais;
- Medicação (neurolópticos, anfetaminas, antidepressivos);
- Drogas (álcool, cocaína, cafeína).

2)      ENDÓGENOS / SISTÊMICOS:
- Genético (predisposição familiar);
- Neuroquímicos (deficiência de dopamina, nor-adrenalina, serotonina);
- Desordens Neurológicas (Parkinson, discinesia, desordens de comportamento do sono, hemorragia cerebral, concussão cerebral em acidentes de carro);
- Desordens Psiquiátricas (demência, retardamento, Síndrome de Tourette);

IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE E ACOMPANHAMENTO
O bruxismo transmite forças indevidas para todos os componentes do aparelho mastigatório: músculos, dentes, estruturas de suporte, articulação temporomandibular, resultando em grandes danos para estas estruturas. Apesar de a crianças apresentar muita resistência às desordens funcionais devido à sua grande capacidade de adaptação, essas desarmonias funcionais, no individuo jovem, se persistentes, podem resultar em condições de difícil solução no adulto. Além disso, estudos mostram um alto percentual de crianças e jovens com sinais e sintomas relacionados a esses hábitos que aumentam com a idade. Por essa razão, é de extrema importância o diagnostico precoce das parafunções, possibilitando preservar a integridade dos dentes e de todo aparelho mastigatório, antes que esse círculo vicioso possa resultar em danos permanentes na idade adulta.

PREVALÊNCIA DO BRUXISMO NOTURNO:
- ocorre em 10% dos adultos e 5% das crianças (bruxismo consciente);
- 80 – 90% da população apresenta algum sinal ou sintoma associado;
- os homens tendem a ter conseqüências mais graves (maior força muscular e maiores problemas de sono);
- em crianças é improvável que ocorra algum dano permanente, tendo menor freqüência após os 12 anos; sinais e sintomas de DTM associados ou não ao bruxismo podem estar relacionados ao crescimento e erupção dental, e tendem a melhorar por si só.

DIAGNÓSTICO DO BRUXISMO NOTURNO
- Anamnese, exame realizado através de perguntas com finalidade de obter informações sobre os sintomas, como ocorrência de dor, dificuldade de mastigação, sono irregular, ruídos noturnos.
- Exame clínico do padrão de desgaste oclusal (facetas lisas e brilhantes à bruxismo excêntrico noturno; trincas e rachaduras à apertamento diurno; lesões em forma de pires à apertamento + deslizamento; desgastes obtusos, presença de mobilidade dentária e restaurações fraturadas). Realizar palpação da articulação temporomandibular e musculatura; observar se o paciente tem uma abertura e fechamento normal da mandíbula.

TRATAMENTO
à Casos Leves: modificação de hábitos; dispositivos interoclusais; ajuste oclusal; odontologia restauradora; próteses.
à Casos Graves: benzodiazepínicos, avaliação do sono (Polissonografia).

DISPOSITIVOS INTEROCLUSAIS
São aparelhos rígidos de resina acrílica que recobrem os dentes de uma arcada, geralmente os superiores, que são construídos de forma a desprogramar a musculatura e induzir ao relaxamento muscular, reduzir a atividade muscular, diminuir a pressão sobre as estruturas da articulação, reposicionar a mandíbula e proteger os dentes so desgaste causado pelo atrito.