NORMAS PARA O EMPREGO DOS PRINCÍPIOS OCLUSAIS EM DENTÍSTICA RESTAURADORA
Muitos dentistas têm-se frustrado com constantes insucessos de seus trabalhos e, muitas vezes, estes fracassos são colocados sob responsabilidade dos materiais empregados. Restaurações que fraturam ou se deslocam, levando o dentista ao desespero. Com certeza, algumas das falhas das restaurações estão relacionadas com a não obediência aos princípios básicos oclusais.
Em dentes posteriores
Antes da restauração:
- Observar a relação oclusal do dente a ser restaurado para que, após o trabalho concluído, não tenha o dissabor de perder na anatomia oclusal conseguida durante a escultura;
- Observar a anatomia oclusal dos dentes vizinhos e tentar imitá-las durante a escultura da restauração;
- Verificar a existência de contato prematuro, principalmente em RC, e os dentes onde se realiza a guia de desoclusão;
- Caso exista, verificar se o contato está promovendo alguma alteração nas estruturas do sistema estomatognático;
- Uma vez diagnosticado que o contato prematuro é patogênico, está indicado o ajuste oclusal prévio à restauração;
- Se o contato prematuro estiver no dente a ser restaurado e se for envolvido pelo preparo, também está indicado o ajuste prévio à restauração;
- Mesmo que exista contato prematuro no dente a ser restaurado e que este não seja envolvido pela restauração – como em outro dente – mas que seja fisiológico, não se deve ajustar a oclusão do paciente;
- Demarcar tanto o contato em RC quanto na MIH e procurar, durante o preparo da cavidade, fugir da área de contato.
Após a restauração:
- Concluída a restauração, deve-se voltar a observar se os contatos em RC e em MIH permanecem os mesmos. Este procedimento nos garante que a restauração não está interferindo nestas posições.
- Após estes passos, consultam-se os lados de trabalho e balanceio.
- Também deve-se, sempre que possível, evitar estabelecer contatos oclusais na interface dente/restauração.
Em dentes anteriores
Antes da restauração:
· Demarcar os contatos em MIH e, se possível, assim mantê-los até a conclusão da restauração, para comprovar a manutenção das mesmas;
· Verificar os dentes em que ocorrem as guias anterior e lateral;
· Verificar a presença de desgaste dental. Estes podem ser originários de bruxismo, por substâncias ácidas ou por ambas as causas. É importante fazer o diagnóstico da causa.
Após a restauração:
- Sempre que possível, evitar que ocorra contato na interface dente/restauração;
- Não permitir que o contato fique “alto” na MIH;
- Verificar se no movimento protrusivo ou de lateralidade o dente não interfere nas respectivas “guias de desoclusão”;
- A manipulação em RC fica dispensada por ser uma posição mais posterior que a MIH.
Fonte: Baratieri, L.N./et al. Odontologia Restauradora - Fundamentos e Possibilidades. 2001