O
tratamento de canal é considerado o procedimento dentário mais temido pelos
pacientes. Uma pesquisa realizada pela Associação Americana de Endodontistas
revelou que a maioria das pessoas possuem medo do tratamento baseado no relato
de outras pessoas e não deles próprios.
As
informações errôneas sobre o tratamento de canal também impedem os pacientes de
tomar uma decisão esclarecida a respeito do tratamento de seus dentes. Há
muitos pacientes que preferem extrair os dentes, em vez de preservá-los com um
tratamento de canal.
- Veja alguns dos principais mitos sobre o tratamento de canal:
Mito 1:
Tratamento de canal é doloroso?
O tratamento de canal é quase
sempre executado porque um dente já está causando dor. Uma polpa inflamada ou
infectada, dentes quebrados, ou um nervo morrendo lentamente são os motivos
mais comuns para o tratamento de canal. O tratamento de canal é usado para
aliviar a dor, resolver o problema! A maioria das pessoas que fizeram o
tratamento admitem que não sentiram qualquer dor durante a consulta e se
sentiram melhor depois.
Mito 2:
Completar um tratamento de canal requer várias consultas?
O tratamento de canal pode ser realizado
em uma ou duas consultas. Atualmente o endodontista possui equipamentos e
materiais que tornam o tratamento mais rápido. Fatores que determinam o número
de consultas necessárias para finalizar o tratamento são: extensão da infecção,
a dificuldade do preparo do canal radicular (dentes com anatomia complexa),
quando se trata de um retratamento do canal.
Mito 3:
Tratamento
de canal torna o dente mais fraco?
Não! A técnica usada para realizar
o preparo do canal (limpeza e descontaminação) promove um alargamento dos
canais do dente, mas a raiz permanece com a mesma estrutura e dureza. O que
ocorre é que muitas vezes o paciente já chega ao consultório com a coroa
fragilizada devido à cárie, restaurações extensas ou fraturas. Após o
tratamento de canal o dentista deve avaliar a estrutura coronária e indicar o
melhor tipo de restauração, evitando fraturas.
Mito 4:
Tratar canal muda a cor do dente?
Muitas vezes a mudança de cor do
dente ocorre antes do tratamento de canal, devido a algum traumatismo que o
dente sofreu, ou pelo processo de morte ou hemorragia da polpa. A mudança é
marcada por diferentes tonalidades, que se iniciam do amarelo passando até
marrom podendo chegar ao cinza, produzindo efeitos estéticos desagradáveis. O
tratamento de canal normalmente não causa alteração da cor do dente quando se
tem cuidados técnicos na limpeza final da câmara pulpar. Ocorrendo a alteração
de cor o dentista pode realizar a técnica de clareamento, obtendo o resultado
estético desejável.
Mito 5:
O
tratamento de canal causa doença?
O mito de que as bactérias presas
dentro de um dente tratado causarão doenças, tais como doença cardíaca, doença
renal, resulta da pesquisa realizada pelo Dr. Weston Price (1910-1930) de quase
100 anos atrás. Porém pesquisas recentes comprovam que o tratamento de canal
não causa doenças. As bactérias podem ser encontradas na boca a qualquer
momento, mesmo os dentes livres de cárie e doença periodontal apresentam
bactérias. Dentes que tiveram canais tratados com histórico de infecção muitas
vezes precisam de um controle após um período para avaliar a recuperação, pois
a contaminação por bactérias pode causar uma reabsorção óssea, formação de
cistos nas proximidades do dente. O dentista com realização de radiografias irá
avaliar essa recuperação.
Mito 6:
O
dente precisa estar doendo para ser necessário o tratamento de canal?
Na maioria dos casos em que o
paciente procura o dentista por motivo de dor de dente, este necessita
tratamento de canal. Porém dentes que necessitam do tratamento nem sempre
apresentam sintomatologia dolorosa. Na verdade, os dentes que já estão mortos
(necrose pulpar) podem exigir o tratamento de canal (por causa de traumatismos,
cáries ou restaurações que atingiram a polpa) ou ainda por motivos protéticos
(dentes que precisam de núcleo e coroa).
Geralmente é durante uma consulta
de rotina que o dentista irá descobrir um dente que o nervo morreu. Observando
alterações de coloração da coroa, alterações na gengiva, avaliando
radiografias, realizando testes de sensibilidade pulpar.