As agenesias dentárias são freqüentemente observadas na prática clínica. Encontradas muitas vezes ao acaso em radiografias de rotina, podem também passar desapercebidas num exame clínico inicial.
Quanto à nomenclatura, para McDonald e Avery (1977), Salzano (1988), Tommasi (1989), Duterloo (1991), Bertold e Benemann (1996), anodontia é a ausência total de germes e oligodontia, ausência parcial de germes. O termo hipodontia também pode ser utilizado para os casos de ausência de um ou poucos dentes (Salzano, 1988). Para Toledo (1986), anodontia vera é a ausência congênita de dentes, total ou parcial. Por sua vez, Walter et al. (1997) utilizam o termo somente para ausência total de dentes.
Os incisivos laterais superiores são os mais freqüentemente ausentes. Alguns pacientes apresentam ausência bilateral, porém a unilateral é a mais comum. As regiões de incisivos centrais, caninos e molares são atingidas muito raramente. Os fatores freqüentemente associados às ausências dos germes dentários são: síndromes; componentes hereditários; problemas sistêmicos, como raquitismo e sífilis, e transtornos intra-uterinos graves, que podem destruir germes dentários. Ainda é relatada como uma das causas a radioterapia em baixas doses, que pode destruir o botão dental.
Algumas síndromes podem estar associadas às agenesias dentárias, como a displasia ectodérmica hipoidrótica hereditária, que leva à ausência parcial de pêlos, glândulas sudoríparas, unhas e dentes; a síndrome de Book, na qual é comum a ausência de pré-molares superiores e inferiores, e, ainda, branqueamento prematuro dos cabelos e suor aumentado.
Berthold e Benemann (1996) definem a anodontia como uma situação na qual os germes dentários não se desenvolvem suficientemente para permitir a diferenciação em tecidos dentários, afirmando que vários são os fatores causais das ausências dentárias. Os fatores hereditários são aceitos como importantes, pois é comum encontrar mais casos de agenesia dentária em uma mesma família. Os fatores sistêmicos, tais como raquitismo, a sífilis, e os transtornos intra-uterinos graves podem destruir germes dentários em desenvolvimento.
Os autores relatam que a anodontia na dentição decídua é condição pouco freqüente. Guedes-Pinto e Bönecker (1999) salientam a importância dos conhecimentos histológicos, clínicos e radiográficos no diagnóstico diferencial de anomalias do desenvolvimento dentário, tendo constatado que a maior prevalência de ausência de dentes decíduos ocorre para os dentes 52 e 62.
Ausência rara de seis pré-molares e terceiros molares. |
Aspectos associados a ausências de germes dentários, como a forma dos dentes presentes hipoplásicos e/ou conóides, e as características da displasia do ectoderma, como secura das mucosas, malformação das glândulas salivares, abóboda palatina ogival, fenda palatina, podem estar presentes.
São raras as ausências dentárias em decíduos, principalmente de incisivos centrais, caninos e molares. Porém, quando ocorre agenesia dentária na dentadura decídua, os incisivos laterais superiores são os mais freqüentemente atingidos.
Ausência de incisivos laterais superiores e incisivos inferiores |