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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Odonto Entrevista - Flávio Augusto Marsiaj Oliveira



Nosso entrevistado é Professor Titular de Podontologia da PUCRS, especialista em odontopediatria e pacientes especiais, Doutor em Odontologia pela PUCRS e presidente da ABO-RS, participante ativo da ABO Nacional e um excelente educador, isso posso dizer pois é meu querido professor de Odontopediatria na PUCRS!


A entrevista completa você pode conferir no site: http://www.odontex.com.br/colunas/entrevista_69.htm, do colega Antônio Inácio Ribeiro

Quem o influenciou para fazer Odontologia?

Tinha um irmão, Paulo Marsiaj Oliveira, que se formou em Odontologia e foi muito importante para a minha opção.

Onde fez a faculdade e quais suas lembranças desse tempo?
Na 4ª turma da Faculdade de Odontologia da PUCRS – Porto Alegre, turma 1956/59.  Foi dos melhores tempos de minha vida. A Faculdade funcionava provisoriamente nos porões do Colégio Rosário. Eram outros tempos e as nossas preocupações não passavam por falta de segurança dos dias atuais. E mais, tínhamos em torno de 20 anos, época em que tudo é bom humor e alegria.  A turma de 40 alunos só tinha 6 mulheres, coisa que não acontece mais...

Como e onde foi seu início na profissão?
Iniciei em um consultório no centro de Porto Alegre, Ed. Planalto, 18º andar e noventa dias depois de formado, atendendo somente crianças, já estava com todas as horas tomadas, o que para hoje parece impossível.

Qual foi o caso que lembra como mais difícil?
No início e, tratando crianças, tudo era difícil. Em Porto Alegre, somente 3 ou 4 colegas atendiam crianças. Esta é uma das razões também de ter as horas plenas de trabalho, desde os primeiros tempos.  Os colegas não gostavam de atender crianças e por isso mandavam os clientes a quem os atendia.

E um que tenha sido o mais gratificante?
Na verdade gratificante era o trabalho no atendimento de crianças de 0 a 12 anos.  Isto agora tem um grande significado porque inúmeros clientes hoje são colegas e lembram com saudades do tempo em que estavam no meu consultório.  Isto não sei a que ponto os pode ter influenciado na escolha pela Odontologia.

Qual foi o momento mais inusitado da sua vida profissional?
Foi quando o Presidente João Goulart, numa tarde apareceu no meu consultório, sem hora marcada e de surpresa.  Ocorre que o Presidente estava em uma cerimônia na Secretaria da Saúde, que ficava no mesmo prédio e teve um “mal subido dentário” e lhe disseram que havia um Cirurgião Dentista no 18º andar e ele para lá foi, causando-me grande espanto.
Disse-lhe: - Presidente eu só trato de crianças, o Senhor deve ter vindo tratar com o meu colega que ainda não chegou. Ao que o Presidente respondeu: - Não faz mal, Dentista de criança é ótimo... atenda-me por favor.  Como se tratava de coisa muito simples, consegui resolver o pequeno problema. Em seguida a sala de espera encheu-se de repórteres que desejavam saber o que houvera com o Presidente.  Estávamos no ano de 62 ou 63 e o Dr. João Goulart, em seguida foi deposto pelo golpe de 64. 

Quais foram os seus maiores ou melhores momentos?
Teria dificuldade de discorrer sobre estes momentos. Foram muitos: o meu Concurso para a Disciplina de Odontopediatria, quando me tornei Professor Titular. Os anos que estou na PUCRS, desde 1960, acompanhando o crescimento desta grande Universidade, hoje um centro de referência em varias áreas.  A convivência com os colegas da Odontopediatria que é uma verdadeira dávida pela amizade que temos.

Quais entidades a que pertence ou participa?
ABORS da qual sou atual Presidente, da AGOPED que fui um dos fundadores e do meu Imortal Tricolor o GREMIO FOOT BALL PORTO ALEGRENSE, do qual sou Conselheiro há cerca de 45 anos.

Deixe uma sugestão ou mensagem para os mais novos:
Estudo, trabalho, persistência, resistência, paciência e amor à profissão. O Papa PIO XII disse que o Cirurgião Dentista deve ter o conhecimento de um médico, a perícia de um cirurgião, a paciência de um monge e eu acrescentaria a saúde de um atleta.

A palavra é sua para suas considerações finais.
Felicidades para todos da Odontologia e a certeza que só seremos fortes quando nossas entidades de classe assim o forem.

E eu só tenho a agradecer ao professor Flávio Augusto pelos ensinamentos, amizade e pelas grandes histórias que conta!